Em uma cidade litorânea como a nossa, a época mais esperada do ano está para chegar, o verão. Antagônica à música de Marina Lima que canta em verso e prosa: “Vem chegando o Verão, um calor no coração...”, parte da população da cidade sol carrega no peito angústia e apreensão e na memória lembranças de verões nada agradáveis. Tudo porque junto com a estação vêm também chuvas torrenciais e consequentemente deslizamentos de terra, encostas, rolagem de pedras e desabamentos.
Marcadas em nossas lembranças estão centenas de vidas ceifadas em desastres que poderiam ter sido evitados com ações preventivas e conscientização da população. Desde a madrugada de 1985, quando mais de 40 pessoas perderam a vida e outras 600 ficaram sem ter onde morar, no deslizamento no Morro dos Macacos, o verão não tem sido o mesmo para todos. De lá para cá muitos outros desastres ocorreram, em parte pelo inevitável e em parte por descaso e a falta de ações preventivas e preditivas. Atualmente só enxergamos manutenções corretivas sendo realizadas, o que, na maioria das vezes, geram mais custos, problemas estruturais por conta da escassez de tempo e transtornos de mobilidade e segurança. É inegável os avanços conquistados nos últimos anos. A defesa civil está cada vez mais preparada e alerta. Há ferramentas importantíssimas e mapeamentos de ponta, como o MAPENCO (Mapeamento de Áreas de Risco Geológico e Monitoramento de Encostas do Município de Vitória). Tecnologias e conectividade entraram na batalha e auxiliam monitorando e até alertando a população em áreas de risco sobre potenciais acidentes, precauções e evacuações, mas em tempos tão atuais, os governos (federal, estadual e municipal) ainda se deparam com o grande desafio de realizar, de maneira preventiva, obras e manutenções, quando a muito no mundo privado se fala em AÇÕES PREDITIVAS. Sonho com esses dias. Nas empresas privadas de pequeno, médio e grande porte, a palavra preditiva não é um alienígena no dicionário dos riscos, ao contrário, é um pronome usado diuturnamente, pois com ele se conjuga os principais verbos que as mantêm em pé e saudáveis. Em uma cidade preditiva as manutenções dos morros, encostas, barrancos, decks, píers e quais quer outros equipamentos públicos ou área comum e em risco, são feitas baseadas em um planejamento e com o acompanhamento periódico. Baseia-se na análise de dados coletados por meio de monitoramentos ou inspeções em campo, assim é possível antecipar eventuais problemas que possam causar gastos maiores com as manutenções corretivas.
Enquanto vereador da capital capixaba, tenho cobrado sistematicamente, ações corretivas, mas insisto que o caminho para termos cada vez menos notícias tristes é o da estrada PREDITIVA e essa é a que quero trilhar. Caminhei por bairros, morros, escadarias, vi e vivi o sofrimento e a aflição de moradores dos morros Conquista, Santos Reis, Conduza, Jaburú, Santa Tereza, entre vários outros e sei que o trabalho será árduo e precisará de recursos consideráveis, mas quanto vale uma vida?
Temos que fazer nossa parte enquanto agentes públicos, mas a população também deve se atentar a suas obrigações e responsabilidades. Apenas assim, poderemos ter cada vez mais verões como os da música.
Vereador Wanderson Marinho (PSC)
Data de Publicação: segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
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